HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
NA CANONIZAÇÃO DE SÃO LUIS SCROSOPPI
(Canonização em 10 de junho de 2001 pelo Papa João Paulo II.)
(Rm 5, 1)
Para o apóstolo Paulo, como ouvimos na segunda Leitura, a santidade é dom que o Pai nos comunica mediante Jesus Cristo. De facto, a fé n'Ele é princípio de santificação. Através da fé o homem entra na ordem da graça; mediante a fé ele espera participar na glória de Deus. Esta esperança não é uma ilusão vã, mas fruto seguro de um caminho ascético entre tantas tribulações, enfrentadas com paciência e virtude provada.
Foi esta a experiência de São Luís Scrosoppi, durante uma vida totalmente dedicada ao amor de Cristo e dos irmãos, sobretudo dos mais débeis e indefesos.
"Caridade! Caridade!": brotou do seu coração esta exclamação no momento de deixar o mundo pelo Céu. Ele exerceu a caridade de maneira exemplar, sobretudo para com as jovens órfãs e abandonadas, envolvendo um grupo de professoras, com as quais deu início ao Instituto das "Irmãs da Divina Providência".
A caridade foi o segredo do seu longo e incansável apostolado, nutrido pelo constante contacto com Cristo, contemplado e imitado na humildade e na pobreza do seu nascimento em Belém, na simplicidade da vida laboriosa em Nazaré, na completa imolação no Calvário, no eloquente silêncio da Eucaristia. Por isso a Igreja o indica aos sacerdotes e aos fiéis como modelo de profunda e eficaz síntese entre a comunhão com Deus e o serviço dos irmãos. Modelo, noutras palavras, de uma existência vivida em comunhão intensa com a Santíssima Trindade.